31.1.10

Ser
Tudo
Todo
É
Sim.
A natureza é perfeita.
Ela pensava.
Se sentia no útero.
Estava lá.
Era todo.
Harmonicamente integrada na natureza.
O som do mato
Nunca ouvira antes.
Era ela também!
Uma saudade que deixa o coração gordinho.
Porque ela sabe que tudo é.
Ela queria estar lá!
A água
No verde
Na pedra
Era sua!
Era ela!
Sabia, simplismente.
Adorava a primavera.
Era uma festa de cores.
Ela percebia.
Naquela hora o sol a enchia de coisas boas.
Era um amarelo ouro que tocava sua pele.
Ela sentia.
Nuvens de algodão doce.
Ela viu!
Sentia que o número 5 tinha grande importância.
Observava as flores para saber.
Ela sabia.
Os vagalumes brilhavam em seus olhos.
E uma estrela cadente se mostrou.
Ela era toda sorriso.
Os pés sentiam a umidade do mato.
Pisar em folhas marrons era um aleluia.
O sentimento de integração
com a natureza
a completava
Ela sabia.
Percebia.
Ela pensou..
Sentiu..
Meu olhos verdem!
Acerolas
Com prazer, comia.
Jabuticabas e pitangas.
Cores e sabores da natureza a encantavam.
Com esta simplicidade sentia-se feliz.
Era ela e o mar.
O mar puxou pelas pernas e a tomou.
Ela foi.
Ela queria sentir o coração gordinho.
Como quando deita na grama ou abraça amigos.
Ela pensava:
As coisas estão sincronicamente interligadas.
Mas a gente não percebe.
Ela fantasiava.
Sua pele sentia.
Ela queria sentir suas pernas abraçadas
Como sempre sentiu.
Mas faltavam os abraços.
Lembrava.
E tudo que queria era afetos e paisagens verdes.
Ela tiinha medo de esquecer.
Tudo rodando.
Sentia sua cabeça derretendo.
Suava frio.
E estava só.
Ouviu o barulho do mar.
Sentiu o aconchedo.
Mas não estava lá.
Ela sonhava.
Ouviu a voz e matou a saudade.
Ela sorria!
Lindo e assustador.
Era o céu.
Depois da chuva.
E do vento que assustava seus ouvidos.
Nunca vira tantos tons de cinza.
Ela viu.
Algodão doce voando.
Passavam rapidamente no céu.
Sim Sim Sim
Ela dizia.
A que?
Ela pensava muito no futuro.
Talvez não devesse.
"Sentir é estar distraído".
Estava só e sentia medo.
Ela queria sua casa, suas casas.
Ela estava perdida.
Não sabia mais quem era.
Onde encontrar-se?
Dissimulada.
Desconfiavam que ela fosse.
Um pouco distante dos primeiros dias
Ela percebia.
As despedidas era temporárias.
Ela via.
tudo invertido.
Neste momento sabia que o queria para si não era o que tinha.
Ela era como achava que não era?
frio
frio
frio
Ser quem se é.
Ela tinha medo de esquecer.
Ela descobriu.
Era fraca!
A possibilidade de não ver mais uma pessoa querida a assustava.
Ela se entristecia.
Um abraço,
Era a maior necessidade da vida, agora!
Flutuar sobre as nuvens.
Um das experiências mais fantásticas!
Ela lembrava.
Ir indo...
Pensava ela, para se acalmar.
Era difícil flutuar com a maré.
Ela chorava.
Ela não sabia
Dessa louca necessidade.
Precisava deles
E sentia saudade.
Ela pensava... sentia.
Ela se sentia.



Sozinha...
Não queria catar a natureza em meio aos cinzas da cidade.
Queria viver em comunhão.
Ser ela, a natureza
Chorava de tanta beleza.
Azuis, rosas, laranjas, lilazes...
Ela viu...
Nuvens de algodão doce
Sábado: dia de contemplar a aquarela do crepúsculo.
Espantada, ela pensava:
É mentira!
Apesar de acreditar com toda alma naquilo que vira.
A aquarela do céu era ela.